Temas em que trabalhamos
Feminismos de base
Uma série de movimentos feministas estão insistindo que os direitos da mulher, das pessoas trans e gênero não-conforme não podem ser isolados de outras desigualdades, como raça, classe e colonialismo. Estão construindo alternativas vibrantes para sustentar a vida e conquistar a libertação, provando que as pessoas mais afetadas por políticas patriarcais devem ser aquelas que desenham suas substituições.
Visão geral do impacto
Em todo o mundo, a extrema direita tem como alvo mulheres, pessoas trans e de gênero não-conforme em sua busca pela implementação de uma visão regressiva do mundo.
Mesmo com o status quo, essas comunidades já carregam o maior fardo da pobreza, da destruição ambiental e do colonialismo. Porém, uma série de movimentos, ativistas e líderes comunitários estão se organizando contra esses “sistemas de morte” e lutando por uma visão que afirme a vida.
A Grassroots International apoia a organização feminista local com visões globais. As feministas estão enfrentando epidemias de violência de gênero e feminicídios arraigados no colonialismo e na pobreza forçada. Mulheres camponesas, indígenas e rurais, pessoas trans e de gênero não-conforme estão trazendo suas necessidades (e demandas) para lutas mais amplas por libertação e justiça. Os espaços e movimentos globais que apoiamos são cruciais para disseminar esse trabalho e os aprendizados entre as regiões geográficas.
Trabalhos que estamos acompanhando:
- Processos globais de convergência entre diversos movimentos feministas de base para conectar, trocar e desenvolver estruturas, estratégias e ferramentas de educação popular compartilhadas;
- Campanhas interseccionais contra a violência de gênero, relacionando a violência praticada nos lares com a violência estrutural ligada ao colonialismo, ao patriarcado e ao racismo;
- A resistência de mulheres contra as empresas de petróleo e gás que envenenam suas comunidades no Delta do Níger;
- A organização de camponesas e outras mulheres rurais em toda a África Ocidental para proteger suas sementes e meios de subsistência contra a agricultura corporativa;
- O desenvolvimento e a disseminação do “feminismo popular camponês” por organizadoras camponesas transnacionais;
- O fortalecimento de um movimento feminista e anticapitalista global de mulheres, pessoas trans e de gênero não-conforme.
Assim como o pessoal é político, feministas de base estão tornando o local global. Elas estão enfrentando as várias formas de opressão e violência que as mulheres, pessoas trans e de gênero não-conforme enfrentam para libertar a todos nós.
Enquanto as formas mais corporativas de feminismo buscam a igualdade para mulheres e pessoas LGBT+ dentro do sistema existente, os feminismos de base visam transformar as estruturas que mantêm as pessoas empobrecidas e acorrentadas a ciclos de violência.
Por que feminismos e não feminismo? Porque os movimentos sociais reconhecem que há várias formas de feminismo de base: feminismos que impulsionam movimentos camponeses e rurais de dentro para fora; feminismos indígenas enraizados em práticas antipatriarcais de longa data; feminismos negros e afrodescendentes que introduziram a interseccionalidade e lutam contra a supremacia branca em todas as suas formas.
As táticas, estratégias e políticas desses feminismos de base são únicas, mas compartilham de alguns pontos em comum. Muitas estão imaginando e construindo uma economia feminista: uma economia que reconheça que o ato de cuidar é tão importante quanto o trabalho fora de casa, e que proteja o meio ambiente. Muitas estão desafiando a violência em suas diversas formas – interpessoal, militar e econômica –, e muitas afirmam que o feminismo deve incluir as pessoas trans e aquelas que não se encaixam no binário de gênero imposto socialmente.
A Grassroots International apoia movimentos de mulheres, pessoas trans e de gênero não-conforme, de Porto Rico à Nigéria, a Honduras e além. Também apoiamos plataformas globais para unir essas lutas em prol da transformação de toda a sociedade.