Acompanhamento dos feminismos de base no Oriente Médio
“Como é possível falar da libertação das mulheres palestinas sem falar do direito delas a uma terra onde possam viver?” Essa pergunta, feita pela ativista feminista egípcia Nawal al-Saadawy, capta o compromisso interseccional e decolonial dos movimentos por justiça de gênero no Oriente Médio, que por muito tempo testemunharam as intervenções violentas do imperialismo em seus territórios, relatadas como projetos de emancipação de mulheres e pessoas diversas em termos de gênero e sexualidade. As palavras de Al-Saadawi também ilustram a forma como a solidariedade com a luta pela liberdade palestina é central para os princípios feministas da região.
Os grupos feministas palestinos, as cooperativas de mulheres e as comunidades da diversidade sexual e de gênero são uma fonte fundamental de uma imaginação política de afirmação da vida, de confrontação às raízes da violência de gênero em sua conexão com o colonialismo, o militarismo, o heteropatriarcado e o racismo. Embora as narrativas coloniais reduzam as mulheres, as meninas e as pessoas queer a meros objetos de compaixão, os grupos feministas palestinos rejeitam essa solidariedade seletiva. Elas se mobilizam junto a lutas mais amplas e abordam os impactos diferenciados do colonialismo, do apartheid e da ocupação militar de acordo com o gênero das pessoas, como as altas taxas de pobreza e a insegurança alimentar nos lares palestinos chefiados por mulheres e a alta demanda por cuidadoras em meio ao trauma crônico e agudo das operações militares, das demolições de moradias e dos episódios de violência colonial israelenses.
A Grassroots International colabora com iniciativas como:
- O ativismo de base em prol da organização e construção das comunidades LGBTQ+ palestinas e da transformação da opinião pública palestina a respeito da diversidade sexual e de gênero;
- Um programa de saúde mental para proporcionar bem-estar às mulheres afetadas pelo trauma em Gaza;
- Mecanismos de proteção implementados por organizações de direitos humanos para vítimas de violência de gênero;
Cooperativas agrícolas de mulheres para promover modos de vida sustentável e a soberania alimentar.